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Neste caso faço questão de falar. Aliás, vou fazer questão
de falar das flores sempre neste blog, embora tenha priorizado os aspectos
negativos da prática escolar em quase – ou mesmo em todos – os textos.
Temos ótimos alunos, embora estes dificilmente consigam
sobressair – às vezes conseguem – em meio à tanta misosofia. São alunos
participativos, que dominam muitas informações e possuem um raciocínio bastante
acurado. Há ainda alguns que mesmo não
dispondo de uma carga de informações acumuladas e apresentem dificuldades de
sistematização do pensamento prestam bastante atenção às aulas. Essa atenção e
esses esforços podem, no entanto, e, na maioria das vezes, serem obstruídos
pelo comportamento geral da sala, não afeito ao saber e às discussões em torno
dele.
Apesar das dificuldades tenho colhido alguns louros. É o
caso, inclusive, de algumas atividades de pesquisa e sistematização de
informações relativas ao município, como ocorre atualmente através de um projeto
de levantamento de informações sobre os impactos que a urbanização trouxe à
comunidade, desde a questão mesma do povoamento às questões ambientais dele
decorrentes.
Alguns grupos, em ritmo de pesquisadores universitários,
realizaram entrevistas, reuniram imagens antigas e elaboraram hipóteses várias
sobre a problemática do povoamento local, as questões sobre o lixo, a poluição
das águas e do ar, a violência urbana e poluição sonora e visual.
Embora nem todos os grupos – e nem todos os integrantes de cada
grupo – tenham demonstrado o mesmo esforço e criatividade na discussão das
problemáticas, está sendo possível assistir e orientar a um verdadeiro processo
de produção intelectual voltada para a realidade local, em que pesem as
diferenças que estes trabalhos tenham em relação ao trabalho dos especialistas.
Vale ressaltar também que durante as aulas, a despeito do longo
tempo que passo tentando encontrar um momento de concentração da turma no tema
da aula, consigo estabelecer, vez por outra, discussões produtivas com alguns
alunos, enquanto outros se prestam a ouvi-las. O problema é que a riqueza
dessas discussões não consegue emergir, em se tratando de volume, em meio aos
períodos mais gerais de desinteresse e apatia.
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