sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Pra não dizer que não falei das flores

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Neste caso faço questão de falar. Aliás, vou fazer questão de falar das flores sempre neste blog, embora tenha priorizado os aspectos negativos da prática escolar em quase – ou mesmo em todos – os textos.

Temos ótimos alunos, embora estes dificilmente consigam sobressair – às vezes conseguem – em meio à tanta misosofia. São alunos participativos, que dominam muitas informações e possuem um raciocínio bastante acurado.  Há ainda alguns que mesmo não dispondo de uma carga de informações acumuladas e apresentem dificuldades de sistematização do pensamento prestam bastante atenção às aulas. Essa atenção e esses esforços podem, no entanto, e, na maioria das vezes, serem obstruídos pelo comportamento geral da sala, não afeito ao saber e às discussões em torno dele.

Apesar das dificuldades tenho colhido alguns louros. É o caso, inclusive, de algumas atividades de pesquisa e sistematização de informações relativas ao município, como ocorre atualmente através de um projeto de levantamento de informações sobre os impactos que a urbanização trouxe à comunidade, desde a questão mesma do povoamento às questões ambientais dele decorrentes.

Alguns grupos, em ritmo de pesquisadores universitários, realizaram entrevistas, reuniram imagens antigas e elaboraram hipóteses várias sobre a problemática do povoamento local, as questões sobre o lixo, a poluição das águas e do ar, a violência urbana e poluição sonora e visual.

Embora nem todos os grupos – e nem todos os integrantes de cada grupo – tenham demonstrado o mesmo esforço e criatividade na discussão das problemáticas, está sendo possível assistir e orientar a um verdadeiro processo de produção intelectual voltada para a realidade local, em que pesem as diferenças que estes trabalhos tenham em relação ao trabalho dos especialistas.

Vale ressaltar também que durante as aulas, a despeito do longo tempo que passo tentando encontrar um momento de concentração da turma no tema da aula, consigo estabelecer, vez por outra, discussões produtivas com alguns alunos, enquanto outros se prestam a ouvi-las. O problema é que a riqueza dessas discussões não consegue emergir, em se tratando de volume, em meio aos períodos mais gerais de desinteresse e apatia.

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